A novela em que se transformou o comando do Uber está longe de acabar e uma carta assinada por cerca de 1.100 funcionários está exigindo a permanência de Travis Kalanick no cargo de CEO da empresa.
O executivo que ajudou a fundar o Uber foi pressionado pelos investidores para se afastar em caráter permanente da posição que ocupava e a empresa está atualmente sendo comandada por um comitê de 14 executivos.
Entretanto, uma parcela significativa dos 14 mil funcionários do Uber se prontificou a criar um abaixo-assinado encaminhado para o conselho diretor com o objetivo de manter Kalanick como CEO. Com palavras duras, a carta coloca o dedo na ferida e mostra uma crise de confiança profunda: “como as pessoas que realmente trabalharam ao lado de Travis por anos para ajudar a criar o Uber do nada, nós estamos extremamente desapontados pela miopia e pelo puro egoísmo demonstrado por aqueles que deveriam proteger os interesses de longo prazo de nossa companhia”.
Os signatários atacam os investidores, mas também saem em defesa de Kalanick: “Sim, Travis é falível, como todos nós somos. Mas sua paixão, visão e dedicação ao Uber são simplesmente imbatíveis”, continua a carta. “Nós não estaríamos aqui hoje sem ele, e acreditamos que ele possa evoluir para o líder que nós precisamos. Ele é crítico para nosso futuro sucesso”, conclui o abaixo-assinado.
A petição já está nas mãos do conselho diretor do Uber. Não se sabe ainda se a solicitação terá algum impacto nas decisões futuras da empresa. Oficialmente, a saída de Kalanick foi decisão dele. Um porta-voz do Uber reiterou que “como era de se esperar, as emoções em torno da decisão de Travis são intensas. Nós compreendemos isso e queremos que todos vocês saibam que ele não tomou essa decisão com facilidade. Se afastar agora foi seu jeito de colocar o Uber em primeiro lugar, como ele sempre tem feito”.