Categorias

Spam comemora 20 anos infernizando a vida dos usuários

Ninguém lembrou porque ninguém gosta dele, mas o spam completou 20 anos de existência no dia 11 de Abril. Enquanto isso, autoridades cubanas dizem que Estados Unidos está usando a praga virtual como nova arma contra o regime comunista na ilha e veteranos do AOL veem suas contas de e-mail transformadas em fonte de mensagens de propaganda.

Apesar das mensagens não solicitadas serem tão antigas quanto a própria Internet, a primeira mensagem comercial com todo jeito de spam foi enviada em 11 de Abril de 1994 para uma vasta audiência do serviço Usenet News. O e-mail prometia uma loteria que iria sortear um green card, um visto de permanência para imigrantes nos Estados Unidos, para quem se cadastrasse no serviço. Não mudou muita coisa nestes vinte anos e loterias de green card, anúncios de Viagra, correntes nigerianas, comércio de produtos para emagrecer e outras quinquilharias continuam existindo para desespero de administradores de sistemas.

Para Daniel Ramos Fernandez, chefe das operações de segurança da ETECSA, estatal de telecomunicações do governo de Cuba, spam é caso sério e um problema diplomático. Segundo Fernandez, o governo dos Estados Unidos e sua infraestrutura de tecnologia estariam sobrecarregando propositalmente as redes cubanas com mensagens indesejadas, principalmente políticas.

Este tipo de ataque não é novidade e viria acontecendo desde 2009, quando mais de 300 mil SMS foram enviados para a rede de telefonia celular da ilha em menos de cinco horas. As alegações de Fernandez fazem sentido, quando lembramos do caso do “Twitter” cubano que o governo dos Estados Unidos tentou montar no passado. Apesar de mensagens de texto serem mais populares em Cuba do que o e-mail, o governo está implementando um serviço que permite que os usuários recebam as mensagens em seus celulares. Com os e-mails, a preocupação com o spam só tende a crescer.

Já antigos usuários do AOL estão vendo amigos de sua lista de contatos recebendo mensagens não-solicitadas enviadas em seu nome com os produtos de origem duvidosa de sempre. A AOL alega que estes endereços foram falsificados e que o spam não está sendo realmente enviado de seus servidores, mas os usuários estão reclamando que os spammers de alguma forma tiveram acesso a seus contatos, alguns deles muito antigos. A AOL segue sustentando que não houve uma falha de segurança e que o problema afeta menos de 1% de seus assinantes.

De acordo com o Kaspersky Labs, cerca de 70% das mensagens de e-mail enviadas em todo o mundo são mensagens de spam. Com vinte anos nas costas, parece que a praga ainda tem muito fôlego para seguir infernizando os internautas por um longo tempo…